Mica tem dois anos e apenas os seus pais, sabem o seu sexo

Last Updated on 18/10/2016′ by

Mica tem 2 anos e apenas os seus pais, sabem o seu sexo

Nome neutro não basta para uma criação sem estereótipo de gênero, mas ajuda

Mica tem dois anos e apenas os cuidadores, como os seus pais biológicos preferem ser tratados, sabem o seu sexo. Um dia, a criança sai com um vestido rosa cheio de babados e, no seguinte, com um bermudão azul. Fora o visual, nem mesmo o nome de Mica entrega seu gênero de nascimento, porque a educadora Mariana Vieira Carvalho, 29, escolheu um nome que soasse neutro.

Vivendo em Campinas, no interior de São Paulo (SP), Mariana não se identifica nem como mulher nem como homem –por isso, não se importa de ser tratada no feminino ou no masculino. Por isso, quando descobriu que estava grávida, decidiu optar por uma criação de gênero neutro. O fator pessoal, no entanto, não deixou a situação mais fácil.

“A gente ainda fica muito preso nessa binariedade. Tanto que, quando vi o sexo na ultrassonografia, comecei a pensar em nomes para a criança vinculado a um gênero”, afirma Mariana.

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Mica com os cuidadores, Mariana e Raul; a criança usa roupas diversas para não criar estereótipo de gênero imagem: Marcos Peron/UOL

Mariana, ao lado de Raul Almeida Carvalho, 31, que atua como profissional de psicologia, decidiu que a neutralidade tinha de vir desde o nome de registro. “Foi difícil porque não há muitas opções contemporâneas. E a gente teve o cuidado de não colocar nenhum nome que pudesse causar um constrangimento futuro.”

De acordo com o terapeuta sexual Breno Rosostolato, professor da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, nomear uma criança com um termo que não entregue o sexo de nascimento ajuda a criar uma pessoa mais livre dos estereótipos de gênero, mas não é o bastante.

“A criança precisa ter condições de se representar do jeito que ela quiser e principalmente ter essa representação respeitada”, fala Rosostolato.

O especialista diz que, aos cinco anos, uma pessoa já tem compreensão de si para se dizer homem ou mulher. “E se a criança cresce em um ambiente que respeita essa expressão dela por um gênero, isso dá forças para enfrentar preconceitos. A criança eventualmente vai sofrer, mas com o apoio dos pais tudo se torna mais fácil.”

Para criar esse ambiente mais acolhedor, não é necessário nem mesmo entrar na discussão sobre gênero. Basta ensinar que não importa se é menino ou menina ninguém é melhor do que ninguém.

“É ensinar a se respeitar”, fala Breno Rosostolato. Outro ponto é mostrar que um rapaz, por exemplo, pode, sim, entrar em contato com seu lado mais emocional, pode fazer atividades ditas femininas. “Eu mesmo nunca gostei de dirigir e isso nunca fez eu me sentir menos homem.”

Veja a matéria completa

http://estilo.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2016/10/17/nome-neutro-nao-basta-para-uma-criacao-sem-estereotipo-de-genero-mas-ajuda.htm

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27 Comentários

  1. A idiotice e a loucura já passaram dos limites!
    Se os pisos são loucos e querem moram em um sanatório, tudo bem, mas submeter a criança a essa loucura já é demais!
    Pobre criaturinha inocente!

    1. Peço para que isso se torne exceção e.não regra,pais retardados ajudam as crianças a serem retardadas.
      A blogueira deveria ser punida também,por fazer da loucura algo normal.

  2. A conta (bem salgada) dessa insanidade vai chegar, não somente pra esses “pais” tolos como para a sociedade que apoia essa violência contra os pequeninos.

    Esse espírito moderninho, no fundo não passa de uma imbecilidade típica de quem se acha melhor do que tudo o que foi construído por nossos pais até hoje.

  3. Bom eu me identifiquei muito com esse caso, hoje tenho 28 anos, des de criança gosto de roupas masculinas, sou adotiva(o) , na verdade não me importo de me chamar no masculino ou no feminino, deixo quem quiser a vontade com tanto que tenha respeito. Sou muito bem mais resolvida, decidida que muitos, Não gosto de rótulos , se sofri ? Sim e muito, com títulos de mulher macho, de chorar pelos cantos do colégio, de querer jogar futebol e não poder pelo fato de ser menina, infelizmente na minha época não tive o caso o nome neutro, mais sempre ouvia um é menino ou menina ? Há é mulher macho, sapatão, falta de uns tapas etc…
    Então vamos ao absurdo o absurdo, no caso dessa historia Mica, tem apenas 2 anos , qual educação sexual nessa idade vocês pais já dão ao filho???
    Olha filho vc é um menino viu, vc vai casar com uma menina, e assim terá outros como vcs, mais isso só quando você tiver la depois dos 18 anos não agora, mais já vai entendo que vc é menino e menino usa azul, brinca de carrinho e não de boneca e nem gosta de rosa ok?
    É assim ? Pq vocês idealizar tanto o momento gênero masculino ou feminino ? Um ai de como será essa criança ? vocês pais teriam que apoiar seu filho a lutar contra o preconceito. E não achar o certo ou errado em um nome social julgado no masculino ou femenino, um rosa ou um azul. E sim ensinar o filho a ter respeito e dar o respeito de como ele quer ser feliz.
    Loucura minha será ? Bom acho que não , sou bem criada e respeitada e dou o respeito, antes fui julgada e sofria muito hoje não mais.
    Parabéns aos pais , Mica

  4. Precisam esconder simplesmente porque a criança tem um sexo, todo mundo tem! palhaçada! Dai se for menino, vai ter que passar pelo ridículo de ter desfilado de saia na infância!

  5. Eita eu tinha visto um comentário tão bacana e diferencial aqui e você blogueira apago, iria falar sobre o ultimo comentário , decepcionou viu, se é aperto a opiniões e respeito a sua deveria respeitar as dos outros que não ao contrário da sua , porque de idealizadora esta fraca melhor rever seus conceitos preconceituosos será ?

  6. Sei la acho que ele esta novo ainda para saber oque é oque, já que desenvolve des dos 5 anos , mais legal em algumas parte em ensinar o amor próprio e ao proxímo sem generos

  7. Ok,entendo os pais! Mas será que ensinaram a criança a cagar no vaso? Na verdade fomos feitos livres e para andar na natureza e cagar onde tivermos vontade, acho injusto obrigar a criança a cagar no vaso gente, ela deveria poder escolher se quer cagar na sala, na cozinha ou em cima da cama dos pais, porque isso é natural e livre! Aaaah! outra coisa me veio a cabeça agora, sera que a cuidadora obrigou esse bebê a mamar? Oh! Que maldade, ele deveria escolher se queria peito, leite artificial, de soja…

  8. É incrível ver que há pessoas no mundo como os paia de Mica, que nao traz o genero pra vida da criança “nome de menino”, “nome de menina”, “brinquedo de menino”, “brinquedo de menina”, “cabelo de menino”, “cabelo de menina”, “cor de menino” e “cor de menina”. O ser humano é bem capaz de se conhecer a partir dos 4/5 anos, Mica não precisa de seus pais decidindo isso. Linda atitude!

  9. Está criança veio ao mundo por permissão de Deus!
    Ela tem o sopro de vida do PODEROSO DEUS!

    E foi o PODEROSO que DEFINIU seu sexo!

    Deus já conhecia no ventre da mãe!

    Deus é amor. Más tb é justiça!

    LEIA A BÍBLIA !

  10. Perfeito !

    Parabéns aos pais de Mica…. O Sexo não deveria diferenciar o tratamento que uma criança recebe na escola ou em qualquer lugar. Enquanto for possível manter esta incógnita, Mica estará bem, podendo jogar futebol ou brincar de bonecas sem qualquer preconceito.
    Queria ter crescido assim.

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