Meu Parto – Arthur – Relato (há 18 meses)

Estava eu apreensiva demais na 39a semana e torcendo para sentir os sinais de parto com disse aqui várias vezes. Bom, no dia 21 de março estava muito ansiosa, pois sabia que se até dia 24 que completaria 40 semanas nada acontecesse eu teria que ir para a maternidade fazer um PC, então resolvi fazer as lembrancinhas do nascimento do Arthur para ficar ocupada e tentar relaxar um pouco, então a noite saí com o bonito para comprarmos tudo que eu precisaria para montar as lembrancinhas, andei muito nesse dia e lembro de pensar que seria muito bom fazer aquele exercício todo rss… No dia seguinte (22/03) logo pela manhã dei início a “fabricação” das lembrancinhas e realmente me desliguei do resto… Aconteceu que, no início da tarde uma dor (parecia cãimbra) na altura do estômago começa a me incomodar e fiquei pensando que não poderia estar certo aquilo e que a dor deveria ser no ventre e não na parte alta do abdome, tentei relaxar mas não conseguia e pensei que pudesse ser pelo fato de estar sentada por longo tempo envolvida com as lembrancinhas… Então  andei um pouco, e nada da dor passar, embora fosse uma dor “cãimbra” leve era contínua e isso começou a me deixar em alerta, embora no íntimo eu tentava me convencer que não era nada, talvez fosse coisa da minha cabeça. Quase a noitinha saí de casa andando para levar as fraldas de pano para fazer barras e a moça comentou que minha barriga estava muito baixa, mas o que me incomodava mesmo era a dor acompanhada de um cansaço terrível. Cheguei em casa e tomei um longo banho e fiquei esperando o Arthur mexer e nada! Fiquei apavorada! Deitei de barriga para cima, pois sempre que deitava assim ele mexia muito e nada de mexer, esperei alguns minutos e continuava quietinho, entrei em pânico! Dias atrás eu havia comentado com minha amiga Lelê sobre meus pressentimentos nada bons e pensei nisso naquele momento e comecei a chorar e pedir que Arthur mexesse e ele não mexia… Liguei para o bonito e pedi que viesse para casa porque eu não me sentia bem e queria ir para maternidade saber se estava tudo bem com o Arthur e omiti o fato do Arthur não estar mexendo. Bonito pediu para descer as malas e deixar tudo pronto e assim fiz. Tentei me acalmar  e não demorou muito ele chegou e fomos direto para maternidade, não sei ao certo a hora em que tudo isso aconteceu até a chegada na maternidade mas as horas voaram… No caminho fiquei aliviada pois meu Arthur mexeu! Respirei mais tranquila e consegui até conversar mais com o bonito para ele ficar calmo, porque ele corria tanto (normalmente ele é bem lento) que fiquei com medo rss… Chegamos ao hospital a médica estava fazendo um parto e esperei, mais calma… Mediram minha pressão e logo a médica veio me atender e fizemos um cardiotoco no qual foi verificado os BCF que estavam bons e minhas contrações que não eram regulares , não havia nem sinal de dilatação e o colo do útero continuava grosso, a médica disse que o bebê era bem grande e que o que preocupava era a dor abdominal que estava ficando intensa falou mais alguma coisa que não prestei atenção naquele momento, porque logo em seguida ouvi a frase ” vou pedir um PC de emergência” e fiquei confusa, perdida nos meus sentimentos e cheia de contradições… Por uma lado eufórica por saber que logo teria meu bebê em meus braços e ao mesmo tempo decepcionada por não ter meu PN tão desejado, e tudo aconteceu muito rápido já me levaram para um quarto, pediram para eu colocar a “roupa” do hospital, as enfermeiras já vieram com soro e tudo mais, só dei um beijinho no bonito que não acompanhou o parto porque ficou com medo de não ficar bem (acho mesmo que ele passaria mal rss) e fui levada para o centro cirúrgico e ao chegar lá veio o medo da tal anestesia que dessa vez seria a Raqui, fui informada disso pela anestesista Andreia uma amor de pessoa e me explicou tudo direitinho me passando segurança, a obstetriz Dra. Camille também era muito gentil e educada, aliás toda a equipe foi muito bacana, isso me fez um bem enorme. Preciso lembrar que antes do parto  precisaram fazer o ‘parto’ do meu piercing rss… Esse deu trabalho para sair hahaha, mas saiu.

Já era quase meia noite quando iniciaram a cirurgia e quando o Arthur estava quase sendo retirado, a Dra falou: O Arthur já vai nascer! Logo em seguida ouvi seu chorinho lindo e forte! E falei: Esse choro é música aos meus ouvidos… e todos riram rss… Trouxeram ele para mim, e logo ele ficou em silêncio e vi pela primeira vez aquele rostinho lindo e delicado exatamente como eu havia sonhado dias antes… Arthur nasceu ás 00:15 minutos do dia 23 de Março pesando 3.950kg e medindo 51cm no Hospital Portinari, São Paulo. A Dra Camille comentou que ela havia acertado o peso dele e acertou mesmo.  Fui informada que estava tudo bem com ele e comigo também, mas soube também que a dor intensa que eu sentia era início de descolamento de placenta, o que poderia ser fatal para meu bebê se eu não tivesse ficado em alerta para aquela dor estranha no alto da barriga… Soube mais tarde que o descolamento de placenta parcial ou total causa morte do feto, depois lí até o relato de uma grávida que sentiu dores assim como eu e que também percebeu que o bebê não estava se mexendo mas ela deixou para procurar ajuda no dia seguinte e já era tarde demais… Sofro só de pensar que se talvez eu não tivesse ouvido meu coração e nem dado importância para o que sentia talvez meu bebê pudesse não estar aqui hoje. Graças a Deus tudo deu certo e meu reizinho está aqui, lindo, forte e saudável.

Fomos para nosso quarto e o Arthur fui junto deitado no peito e já chorando e tentando mamar rss… Ele não desgrudou de mim nem um minuto e quando foi tomar seu primeiro banho já passava das 2 horas da manhã e o bonito acompanhou o banho e os outros eu mesma acompanhei. As fotos acima foram tiradas logo depois do primeiro banho dele, eu toda descabelada, cansada e ainda não sentia nada da cintura para baixo…Mas cheia de amor para dar e meu bebezinho todo fofinho descansando.

O bonito ficou encantado e apaixonado pelo nosso pequeno Arthur e não cansava de repetir: Ele é muito lindo! E assim é até hoje, baba colorido para o filho e o ama de paixão e ajuda muito em tudo, é um excelente pai, presente, companheiro e amoroso.

E assim foi nosso parto.

Beijinhos …

Hoje dia 02 de Outubro, ao ler esse relato, lembro que nessa época eu estava meio que obcecada por ter um parto natural, envolvida com grupos de mães que estavam nessa mesma vibe… Lembro também de mostrar esse texto para algumas e ‘ouvir’ que eu havia sido mais uma vez ludibriada por um cesarista… Eu mesma fiquei em dúvida, me senti culpada…  Mas querem saber? Acho que fiz o que deveria ser feito, hoje não me arrependo de ter ido naquele dia para o  hospital. O importante para mim é que meu filho está aqui, saudável DEMAIS! E tem amor de mãe, de pai, de irmão… Amor demais. 

E EU SOU MUITO MÃE!

Beijos

Flavi